Mitologia grega
A linguagem utilizada pelos mitos é simbólica, mas seu sentido é mais profundo do que imaginamos. Estes conceitos mitológicos foram construídos ao longo dos séculos. A concepção de mito foi muito forte no ser humano, de tal forma que a realidade se expressava através de vertentes mitológicas de compreenderem a realidade, não somente entre os gregos, mas em todos os povos da antiguidade clássica.Os mitos, para muitos povos, são considerados histórias que realmente aconteceram nos tempos antigos, envolvendo seres sobrenaturais que produzem uma nova realidade, como por exemplo, ainda muito forte nos dias atuais a concepção que Adão e Eva foram os primeiros habitantes de nosso planeta, que estes já possuíam conhecimentos como a fala, o raciocínio lógico, etc.
Segundo Hesíodo “realmente antes de tudo existiu o Khaos (Caos)..”. A concepção de caos que se tem, contemporaneamente, é de desordem e de confusão. Caos vem da palavra grega khínein, que quer dizer abismo. Assim, caos era concebido como o abismo profundo, algo indefinido, anterior a todas as coisas.
Hesíodo, em seu poema Teogonia, busca implicitamente demonstrar que tudo tem uma origem. Segundo ele, os primeiros “filhos” do Caos são: a Gaia, terra; o Tártaro, local mais pro fundo que Hades (o inferno dos gregos); e o Eros, amor, desejo, deus que supera todas as forças atraindo os opostos. A Terra se apoiava no Tártaro, que por sua vez era possível que se apoiasse no Caos. Naquele tempo, não se tinha a concepção de que a Terra pertencia a um sistema solar, ao universo, dentro de uma ordem. Posteriormente, se acreditou que a Terra era uma bolha imersa dentro do Caos.
Teogonia significa origem dos deuses. Nesse mito os deuses surgem através do desejo de união de outros deuses ou da separação.
Segundo o Prof. Paulo Ghiraldelli Junior:
A palavra mito também tem uma origem grega, ela vem de mythos. Há dois verbos que confluem para mythos: mytheo, que tem a ver com a conversação e a designação, e mytheyo, que tem a ver com a narração, com o contar algo para outro.
O mito narra algo que é inquestionável para quem está inserido fielmente na atividade de ouvi-lo. Ele tem a função de dizer algo que tal pessoa acredita sem que venha pensar muito de modo a colocá-lo em dúvida. Seu papel é de informar e dar sentido à existência de quem crê nele, mas, principalmente, o de socializar as pessoas e criar uma comunidade, a comunidade que forma o "nós", os que se organizam socialmente da mesma forma, exatamente porque, entre o que possuem de comum, o mito é não só alguma coisa forte, mas é exatamente a narrativa (única) que diz o que é comum para este "nós".
O mito narra algo que é inquestionável para quem está inserido fielmente na atividade de ouvi-lo. Ele tem a função de dizer algo que tal pessoa acredita sem que venha pensar muito de modo a colocá-lo em dúvida. Seu papel é de informar e dar sentido à existência de quem crê nele, mas, principalmente, o de socializar as pessoas e criar uma comunidade, a comunidade que forma o "nós", os que se organizam socialmente da mesma forma, exatamente porque, entre o que possuem de comum, o mito é não só alguma coisa forte, mas é exatamente a narrativa (única) que diz o que é comum para este "nós".
A partir do conceito de mito pode-se dizer então que as cosmogonias são de certa forma, narrativas sobre as origens do mundo. Em geral elas estão presentes nos mitos, isto quando não é a sua essência. Falam de união sexual entre deuses, que geram o mundo, ou união sexual entre deuses e humanos, que em geral criam situações complexas e dão o enredo a um a história que explica divisões, guerras, ciúme, paixões, disputa sobre a justiça, etc.
Na atualidade ainda temos vários rituais praticados por muitos povos, tais como as comemorações de nascimentos, casamentos, batizados, festas populares que lembram um fato, acontecimentos...
A partir desta concepção mitológica o homem foi evoluindo e pode-se dize r que os primeiros filósofos viveram no século VI a.C., sendo chamados de pré-socráticos, caracterizando pelo uso de métodos de raciocínio para medir, verificar e prever os fenômenos inicialmente, mais tarde rompe com a religião e com os mitos. São as chamadas cosmologias já estão mais para o campo do pensamento filosófico do que para o pensamento mitológico. As cosmologias são teorias a respeito da natureza do mundo. Já as cosmogonias são genealogias, diferentemente, das cosmologias que são conhecimentos a respeito de elementos primordiais, mas naturais. O pensamento cosmológico remete à phýsis, a palavra grega que tem a ver com o que é eterno e de onde tudo surge, nasce, brota. Trata-se de um elemento imperecível, que gera todos os outros elementos naturais, que são perecíveis.
Sugestões
A partir destes conceitos, estabeleça um diálogo com a turma, sentido de estabelecer ligações com os conhecimentos prévios, levantados no início da aula, fazendo relações com situações que eles vivenciam em seu cotidiano, presenciam nos meios de comunicação, na sua comunidade.
É muito importante que o estudante vá construindo conceitos, compreendendo quais principais ideias sobre o tema levantado. Esta atividade, inclusive poderá ser realizada com uma dinâmica de grupo.
Esta atividade foi extraída da aula Recortes do pensamento mitológico grego, da professora Rosangela Menta Mello, de Telêmaco Borba/PR, disponível no Portal do Professor/ MEC e acessada em 12/07/2013. Todas as informações contidas nela são de responsabilidade da autora.