Disciplina - Filosofia

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O Casamento da Virgem

Rafael Sanzio (1483-1520), 'O Casamento da Virgem", século XV, Pinacoteca de Brera. Um dos últimos quadros que o jovem Rafael pinta em Florença antes de ser convocado pelo papa para ir à Roma é “O Casamento da Virgem” de 1504. Nele Rafael representa o casamento da Virgem Maria com São José. O estilo do mestre Perugino influenciou o jovem Rafael, como se pode observar em “O Casamento da Virgem”. A obra foi claramente inspirada no afresco São Pedro recebendo as Chaves pitado por Perugino em 1482 para a Cappella Sistina. Entretanto, ficava claro que a sensibilidade de Rafael era diferente da de seu professor. A disposição das figuras é mais teatral e a delicadeza das imagens irá logo ultrapassar qualquer trabalho de Perugino. “O Casamento da Virgem” é considerado um dos quadros mais didáticos para entender perspectiva. O cenário é uma estrutura fixa montada para uma real “exibição” dos personagens, é possível imaginar o cenário sem os personagens, o que demonstra que o local pode ser considerado um verdadeiro palco de teatro. É importante ressaltar que a Rafael remete a uma verdadeira representação teatral. A escadaria e a proporção do espaço físico em relação às pessoas retratadas demonstram essa idéia de profundidade, neste sentido a idéia de perspectiva em Rafael está consolidada. Existe, então, uma determinada diferença na estrutura da arquitetura, diferentemente das “casinhas de bonecas” do Giotto, agora as bases matérias e o cenário levam proporções colossais, ou em outras palavras, proporcionalmente as estrutura e os personagens são dialogados com a escala de tamanho da realidade. Existem alguns pontos de fuga da obra e cada ponto é responsável pela dimensão espacial de profundidade do conjunto da obra. A Virgem Maria está representada com as cores azul e vermelha que segundo a tradição católica representam o celeste céu (a divindade, a pureza de coração) e o sofrimento (o sangue derramado pelo filho da Virgem) respectivamente. Nas vestimentas de São José o dourado representa à importância do ouro e da magnitude de quem educaria e Filho de Deus. Os homens são colocados de um lado e as mulheres de outro, existe uma separação dos sexos e em todos os personagens em que é possível ver os pés temos um diálogo com a cultura greco-romana, já que sempre estão com uma perna flexionada e uma estendida, o que representaria equilíbrio na antiga cultura. A obra representa o casamento dos pais de Jesus, mas mesmo assim o sacerdote é representado como na figura de um papa da idade média, não com uma batina judia, mas com uma vestimenta típica dos sacerdotes Cristãos, o que seria uma contradição, mas Rafael não quer demonstrar como seria realmente o casamento de José e Maria, mas sim dar uma interpretação e representar visualmente como a igreja poderia ver tal cena. É importante lembrar que na idade média poucas pessoas sabiam ler e escrever, então, a pintura era a principal linguagem que trazia a dimensão dos fatos para a população.
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Palavras-chave: casamento, virgem, Rafael Sanzio, pintura, arte, estética

Fonte: commons.wikimedia.org

Rafael Sanzio (1483-1520), 'O Casamento da Virgem", século XV, Pinacoteca de Brera. Um dos últimos quadros que o jovem Rafael pinta em Florença antes de ser convocado pelo papa para ir à Roma é “O Casamento da Virgem” de 1504. Nele Rafael representa o casamento da Virgem Maria com São José. O estilo do mestre Perugino influenciou o jovem Rafael, como se pode observar em “O Casamento da Virgem”. A obra foi claramente inspirada no afresco São Pedro recebendo as Chaves pitado por Perugino em 1482 para a Cappella Sistina. Entretanto, ficava claro que a sensibilidade de Rafael era diferente da de seu professor. A disposição das figuras é mais teatral e a delicadeza das imagens irá logo ultrapassar qualquer trabalho de Perugino. “O Casamento da Virgem” é considerado um dos quadros mais didáticos para entender perspectiva. O cenário é uma estrutura fixa montada para uma real “exibição” dos personagens, é possível imaginar o cenário sem os personagens, o que demonstra que o local pode ser considerado um verdadeiro palco de teatro. É importante ressaltar que a Rafael remete a uma verdadeira representação teatral. A escadaria e a proporção do espaço físico em relação às pessoas retratadas demonstram essa idéia de profundidade, neste sentido a idéia de perspectiva em Rafael está consolidada. Existe, então, uma determinada diferença na estrutura da arquitetura, diferentemente das “casinhas de bonecas” do Giotto, agora as bases matérias e o cenário levam proporções colossais, ou em outras palavras, proporcionalmente as estrutura e os personagens são dialogados com a escala de tamanho da realidade. Existem alguns pontos de fuga da obra e cada ponto é responsável pela dimensão espacial de profundidade do conjunto da obra. A Virgem Maria está representada com as cores azul e vermelha que segundo a tradição católica representam o celeste céu (a divindade, a pureza de coração) e o sofrimento (o sangue derramado pelo filho da Virgem) respectivamente. Nas vestimentas de São José o dourado representa à importância do ouro e da magnitude de quem educaria e Filho de Deus. Os homens são colocados de um lado e as mulheres de outro, existe uma separação dos sexos e em todos os personagens em que é possível ver os pés temos um diálogo com a cultura greco-romana, já que sempre estão com uma perna flexionada e uma estendida, o que representaria equilíbrio na antiga cultura. A obra representa o casamento dos pais de Jesus, mas mesmo assim o sacerdote é representado como na figura de um papa da idade média, não com uma batina judia, mas com uma vestimenta típica dos sacerdotes Cristãos, o que seria uma contradição, mas Rafael não quer demonstrar como seria realmente o casamento de José e Maria, mas sim dar uma interpretação e representar visualmente como a igreja poderia ver tal cena. É importante lembrar que na idade média poucas pessoas sabiam ler e escrever, então, a pintura era a principal linguagem que trazia a dimensão dos fatos para a população.

Palavras-chave: casamento, virgem, Rafael Sanzio, pintura, arte, estética